Este artigo foi elaborado a partir da vivência cotidiana no campo da Atenção Primária à Saúde e dos registros elaborados no portfólio reflexivo de uma enfermeira residente em Saúde da Família, alocada em uma unidade de Atenção Primária, na extrema zona oeste do município do Rio de Janeiro. Considerando os desafios em coordenar o cuidado ao longo do rastreio, diagnóstico, tratamento e alta relacionados à tuberculose, esta narrativa propõe apresentar estratégias que possibilitem a produção de cuidado a usuários que fazem uso de álcool e outras drogas, e que estão em situação de abrigamento. Aspectos como questões psicossociais relacionados à exclusão, praticada não só pela sociedade, mas também pelos demais usuários em abrigamento, familiares e profissionais de saúde, bem como o estigma causado pela doença são desafios que fragilizam o vínculo destes usuários com as equipes de saúde, e também na permanência nos abrigos, levando a interrupções de tratamento, e agravamento do quadro de saúde. Neste contexto, a produção de artigos que visem propostas de cuidado que considerem as potencialidades da Rede de Atenção à Saúde, bem como as possibilidades de apoio intra e intersetoriais se mostram fundamentais para a garantia do acesso e continuidade do cuidado em saúde de populações vulnerabilizadas com tuberculose.
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Tuberculose; Abrigo.