Como parte da disciplina de política integral à população negra, o Programa de Residência em Enfermagem de Família e Comunidade (PREFC) promoveu em parceria com o Instituto Pretos Novos (IPN), o Circuito Herança Africana, com objetivo de trazer experiências para além da sala de aula aos enfermeiros das unidades de saúde de Atenção Primária do município do Rio de Janeiro. A atividade contou com mais de 40 residentes do segundo ano do PREFC e uma imersão histórica, com apoio de guia turístico do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN). Durante o percurso foi possível conhecer: Largo da Prainha, Pedra do Sal, Morro da Conceição, Jardim Suspenso do Valongo, Praça dos Estivadores, Docas, Dom Pedro II, Cais do Valongo, Casa de Machado de Assis, Revolta das Vacinas, Lazareto, Centro Cultural José PREFC e o Instituto Pretos Novos promovem passeio histórico para os residentes do segundo ano.
A enfermeira e preceptora do PREFC, Mayara da Silva, apontou que ficou muito emocionada com tudo o que viu durante o Circuito Herança Africana e ressaltou que: “A gente precisa conhecer o nosso passado, para entender o nosso presente e reconhecer onde estaremos no futuro. Principalmente enquanto enfermeira de comunidade, onde a maior parte da nossa população é negra, nós vemos ainda hoje todo resultado do que aconteceu aqui. De como a gente chegou, como nossos antepassados chegaram, como foram apagados e como continuam sendo até hoje. Espero que todo brasileiro faça o circuito para terem essa experiência também”.
A enfermeira e residente do PREFC, Silvania da Conceição, declarou que: “Esse roteiro que fizemos é de extrema importância para entendermos toda a nossa trajetória e todas as dores que a gente carrega e não sabe de onde vem. É muito triste vermos que por causa da cor da nossa pele tivemos que sofrer tanto. Por causa da cor da nossa pele, vemos o descaso que existe até hoje com a população negra. E a pergunta que faço é: Até quando irão continuar tratando a gente da forma que tratam? Isso não trata apenas de uma discussão racial, mas também de uma questão de saúde. Eu espero que nós, enquanto enfermeiros, consigamos mudar toda essa situação”.